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Autarquia não quer restringir circulação automóvel na cidade

Moedas afasta plano de Medina para tirar carros da Baixa-Chiado
Desconto no estacionamento para residentes gera críticas. “Não conheço nenhuma cidade europeia que tenha uma medida deste género”, diz urbanista

Entrevista com Filipe Moura. Publicado no Expresso, em https://expresso.pt/sociedade/semanario-moedas-afasta-plano-de-medina-para-tirar-carros-da-baixa-chiado, a 04.03.2022, por João Diogo Correia e Raquel Albuquerque.

Começa agora a desenhar-se a nova estratégia para a mobilidade em Lisboa. Ao contrário do seu antecessor, Carlos Moedas não quer limitar a circulação automóvel na cidade e afasta desde já a proposta da Zona de Emissões Reduzidas da Avenida da Liberdade e Baixa-Chiado (ZER ABC). O presidente da autarquia conseguiu ainda ver aprovada a promessa eleitoral de reduzir o preço do estacionamento para os residentes da cidade. A medida, contrária ao que estava a ser seguido até agora, é fortemente criticada pelos especialistas em mobilidade.

A proposta da ZER ABC foi apresentada pelo executivo de Fernando Medina em 2020 e suspensa pouco depois, com o aparecimento da pandemia. Também alvo de críticas, tinha como principal objetivo reduzir o número de carros naquela zona histórica da cidade, onde os níveis de poluição estão acima do recomendado, condicionando o acesso apenas a veículos autorizados e eliminando centenas de lugares de estacionamento.

Em resposta enviada ao Expresso, o vereador da Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa (CML), Ângelo Pereira, diz que o objetivo agora é que a Baixa seja um “espaço urbano vivo e reabilitado”, mas “sem restringir o seu acesso a qualquer rede”. A nova vereação pondera tornar pedonais algumas arté­rias, “que não tenham uma função distribuidora na cidade”, pondo assim de parte a limitação de acesso automóvel às Ruas do Ouro, da Prata, dos Fanqueiros e da Madalena, como acontecia na versão da ZER ABC.