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Qual o impacto da produção de veículos de propulsão elétrica ao longo de toda a cadeia de valor?

A Patrícia Baptista foi ao 90 segundos de ciência falar sobre a sua investigação.

Impacto ambiental de veículos híbridos plug-in depende do utilizador.


Patrícia Baptista, investigadora no Centro de Estudos em Inovação Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento (IN+) no Instituto Superior Técnico (IST), estuda o impacto energético de veículos ao longo de toda a cadeia de valor, desde a sua produção até ao fim de vida.

O setor dos transportes é caracterizado por um elevado consumo de energia responsável por um terço do consumo de energia final, e também por um quarto das emissões de gases de efeito estufa.

A grande tendência nos últimos anos tem sido a eletrificação dos sistemas de propulsão no sentido de promover uma tecnologia mais eficiente. No entanto, a produção destes veículos levanta outros desafios quando olhamos para toda a cadeia de valor.

Patrícia Baptista procura abordar as diversas questões associadas não só à produção dos equipamentos, mas também ao uso das tecnologias, e como estas são tratadas no seu fim de vida

Alguns exemplos da aplicação destes métodos ao longo da cadeia de valor dos produtos de mobilidade passam, por exemplo, por avaliar o contexto de utilização dos diferentes veículos.

Por exemplo, os veículos elétricos têm um menor impacto ambiental e energético durante o seu tempo de vida, quando comparados com veículos com motor de combustão interna. No entanto, se olharmos para a fase de produção, o impacto de produzir um veículo elétrico tem um peso maior que o de um veículo convencional.

Um trabalho recente procurou avaliar através de métodos indirectos qual o impacto do uso de veículos elétricos híbridos plug-in, com motor elétrico e de combustão inerna, ao longo do tempo.

“Avaliámos a percentagem de tempo em que estes veículos circulam em modo totalmente elétrico, versus o tempo de funcionamento com motor de combustão interna, para com isso conseguirmos quantificar a pegada energética e ambiental associada a estes veículos”, refere.

As conclusões deste trabalho revelam que o comportamento do utilizador tem um papel fundamental na avaliação do impacto energético e ambiental destes veículos.

“Caso o veículo não seja carregado pelo utilizador iremos entrar em modo de combustão interna e consequentemente os seus impactos ambientais vão ser piores do que se eu andar com um veículo convencional, ou seja aqui o comportamento do utilizador tem um papel fundamental”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | IN+

Publicado em https://www.90segundosdeciencia.pt/episodes/ep-1116-patricia-baptista/ a 21 Junho 2021